20 de Novembro: a importância da representatividade além do discurso

20 de Novembro: a importância da representatividade além do discurso

O 20 de Novembro completa 50 anos em 2021. A data marca a luta contra o racismo, a resistência do povo negro e a valorização de sua ancestralidade. Para avançar, é necessário refletir e assumir que é um problema de todos, sair do discurso meramente teórico. É nesta direção que o Sintergs vem caminhando. Além do debate, o sindicato tem buscado se engajar na luta e nas ações antirracistas. Mas ainda há muito o que fazer.

Alexsandro da Silva

“Esse assunto precisa estar sempre em pauta, não apenas no Dia da Consciência Negra”, avalia o analista de sistemas Alexsandro da Silva. Funcionário do Sintergs há 13 anos, ressalta a importância de mais leis para garantir a igualdade e também da conscientização da branquitude sobre os seus privilégios. O profissional viu as discussões sobre a luta do movimento negro crescerem recentemente, dentro e fora do ambiente de trabalho.

Apesar disso, Alexsandro observa que o sindicato ainda é “branco e masculino”, um reflexo dos espaços de poder na sociedade. Portanto, ainda há muita luta pela frente. Para dar conta dos desafios futuros do sindicalismo, o estudante de Direito Carlos Alberto Machado Alves sugere a seguinte reflexão: quantos sindicatos nós conhecemos que têm na presidência uma pessoa negra? E na diretoria, quantos são negros ou negras?

Carlos Alberto Machado Alves

“Mesmo sendo um espaço de luta e de reivindicação por direitos, o mundo sindical ainda reflete muitas das contradições da nossa sociedade. Uma delas é a participação da população negra nos espaços de direção”, avalia Carlos Alberto, que há quase um ano faz estágio no Sintergs.

Militante do Levante Popular da Juventude, Carlos Alberto ressalta que mesmo sendo a maioria da população brasileira, os negros e negras ainda ocupam pequenos espaços de prestígio e de poder. “E não é porque temos menos capacidade, ou porque somos menos inteligentes, mas porque a nossa sociedade sofre ainda do racismo estrutural, que historicamente relegou aos negros e negras os espaços à margem”, ressalta o estudante.

Angela Antunes

“O sindicato não pode ficar em uma ilha, apenas na discussão de pautas corporativas. Precisamos de reflexão, debates e de práticas intra e extramuros. Essa mudança é responsabilidade de todos”, afirma a diretora Angela Antunes. A dirigente destaca que ainda é necessário ampliar o espaço para estas discussões, bem como o apoio a ações afirmativas.

Fotos individuais: Carlos Macedo
Foto principal: Suria Liz

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