Mulheres têm de provar dia a dia que são iguais aos homens, diz geógrafa do Meio Ambiente

Mulheres têm de provar dia a dia que são iguais aos homens, diz geógrafa do Meio Ambiente

Na semana do Dia Internacional da Mulher, celebrado neste 8 de março, o Sintergs publica uma série de entrevistas com trabalhadoras que representam as mulheres no serviço público, suas histórias, desafios e perspectivas. Nesta sexta-feira é a vez da geógrafa Salete Beatriz Ferreira, mestre em Geografia e que há 25 anos atua junto à Secretaria de Meio Ambiente do Estado.

SALETE BEATRIZ FERREIRA

Foi um teste vocacional, realizado no segundo grau, que coincidiu com minhas preferências pessoais. Então, busquei as instituições de ensino que ofereciam a formação de bacharel em Geografia. No mestrado, me especializei em meio ambiente.

Aqui na secretaria, fazemos gestão e implantação das unidades de conservação estaduais (Parques, Reservas Biológicas, Áreas de Proteção Ambiental, dentre outras), o que envolve o planejamento gerencial e de manejo destas áreas protegidas, atividades de fiscalização ambiental, educação ambiental, projetos de captação de recursos para financiar as ações de gestão das unidades de conservação, gestão do Sistema Estadual de Unidades de Conservação, e muito mais.

No dia a dia, enfrento o que acredito ser recorrente na maioria das profissões: as mulheres precisam fazer um esforço muito maior para demonstrar que podem dar conta dos desafios com a mesma competência que os homens. Por exemplo: os colegas homens tendem, num primeiro momento, a minimizar a capacidade das colegas mulheres para enfrentar as dificuldades comuns em ambientes naturais durante vistorias para fiscalização ou licenciamentos ambientais, simplesmente por sermos mulheres, tais como longas trilhas nas matas, habilidade para dirigir veículos com tração 4X4 com a mesma perícia de um homem etc.

Somente após demonstrarmos que somos “tão boas” ou “até melhores” do que eles (ou mais destemidas) é que vem um tratamento de igual para igual, ou pelo menos respeitoso. Durante 25 anos me impondo em várias dessas situações, posso dizer que conquistei esse respeito profissional, e não apenas por ter qualificação técnico-científica.

 

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