IPE Saúde: governo Leite/Ranolfo concretizou desmonte

IPE Saúde: governo Leite/Ranolfo concretizou desmonte

O IPE Saúde vem sofrendo há anos com problemas no atendimento aos seus usuários, mas foi no governo Eduardo Leite/Ranolfo que o maior prestador de serviço de saúde do Rio Grande do Sul sofreu o maior desmonte de sua história. Nos últimos quatro anos, o Sindicato dos Servidores de Nível Superior do RS (Sintergs) viu a angústia de seus associados crescer frente à precarização que se aprofundou com a suspensão dos pagamentos aos hospitais e clínicas.

“Para salvar o IPE Saúde, é necessário que o Estado e os governantes parem de prejudicar o sistema, eliminando todas as possibilidades de fraudes, cumprindo a legislação e pagando a dívida”, enfatiza o vice-presidente do Sintergs, Danilo Krause. O dirigente ressalta que a principal fonte de receita do IPE Saúde são os descontos feitos diretamente na folha de pagamento. Cada segurado contribui com 3,1% do salário e, para cada servidor, o governo faz uma contrapartida de igual valor.

Outras fontes de custeio são: os imóveis que o Estado se apropriou do Fundo de Assistência à Saúde (FAS), cujas receitas devem ser utilizadas, obrigatória e exclusivamente, para cobertura dos serviços e manutenção do IPE Saúde; e os descontos feitos nos precatórios dos servidores, quando há o pagamento destes – vale ressaltar que o Estado também se apropriou destes recursos.

Krause ressalta que o governo Eduardo Leite/Ranolfo ignorou que a autossustentabilidade é a principal característica do Sistema IPE Saúde. Não sendo um plano de saúde, as contribuições dos associados e patrocinadores deveriam ser suficientes para a manutenção dos atendimentos.

No entanto, a não reposição inflacionária dos salários dos servidores, que estão há oito anos contabilizando perdas exorbitantes no poder de compra, é uma das políticas de governo que contribui para que a autossustentabilidade do IPE Saúde não seja mantida. As dívidas de R$ 3,4 bilhões que as entidades estaduais têm junto ao sistema e a possibilidade de desligamento de servidores com salários mais altos e com menor número de dependentes também prejudicam a solidariedade do sistema.

No final de março deste ano, em meio à possibilidade de rescisão contratual com os principais hospitais e clínicas que atendem usuários no Estado, o servidor estadual Bruno Jatene, auditor fiscal, assumiu a presidência do IPE Saúde. “Esperamos que realmente possamos, em breve, resolver a falta de atendimento pelos prestadores de serviços”, diz Krause.

Foto: Raquel Schneider / Ascom IPE Saúde

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