Pesquisa revela: nível de estresse no serviço público gaúcho é alarmante

Pesquisa revela: nível de estresse no serviço público gaúcho é alarmante

Estudo realizado pela ULBRA em parceria com o Sintergs, entre julho e setembro de 2018, constatou que seis em cada dez servidores públicos do Rio Grande do Sul estão estressados devido à falta de perspectivas no ambiente de trabalho – especialmente em relação à baixa possibilidade de crescimento na carreira e a práticas nocivas de gestão, como discriminação e favoritismo.

O levantamento “Estresse ocupacional: um estudo entre os servidores públicos associados a Sintergs”, realizado por pesquisadores da Ulbra de Cachoeira do Sul, usou a base de dados do Sindicato para remeter os questionários, que tinham 23 perguntas. Mais de 400 servidores responderam às questões.

“O estudo sobre estresse laboral no ambiente do serviço público é mais um argumento para buscarmos mudanças. Esse material vai possibilitar ao Sintergs embasar e justificar, a partir de dados objetivos, futuras propostas e exigências junto ao governo do Estado a respeito da revisão das condições de trabalho”, destaca o diretor-presidente do Sintergs, Nelcir André Varnier.

Entre os números apresentados pela pesquisa, 37% dos entrevistados disseram sentir-se incomodados com a forma como as tarefas são distribuídas. Outros 55,27% admitiram ficar irritados e contrariados com a deficiência na divulgação de informações sobre decisões organizacionais. Em outro trecho do estudo, 45% dos servidores reconheceram que enfrentam discriminação e observam favoritismo no ambiente de trabalho.

Também contribuem para o estresse ocupacional , segundo a pesquisa, a baixa valorização profissional por parte dos supervisores, os controles a que são submetidos os funcionários no ambiente de trabalho, falta de informação sobre a natureza das tar

efas, falta de autonomia, tempo insuficiente para cumprir as demandas, tarefas abaixo do nível de habilidade, atuação durante muitas horas seguidas, falta de compreensão sobre quais as responsabilidades, sensação de isolamento na organização e falta de comunicação com os colegas.

De acordo com os autores da pesquisa, o estado prolongado de preocupação e alerta, que caracteriza uma forte carga de estresse, se transformou num grande inimigo dos servidores. Trabalhadores que se sentem estressados tendem a uma diminuição no desempenho e na qualidade de seu trabalho e, também, a gerar um aumento dos custos das organizações com problemas de saúde e com o aumento do absenteísmo, da rotatividade e do número de acidentes no local de trabalho.

“A preocupação com o estresse laboral deve ser prioritária. Todo mundo sempre fala, mas é difícil de medir o quanto isso afeta os profissionais. Essas questões de discriminação e de favorecimento são graves e poderiam ser minimizadas, e até eliminadas, se as regras e critérios para a realização de atividades e projetos fossem claros, sendo comunicados e reconhecidos pela equipe”, afirmou Antônio Augusto Medeiros, diretor de Política Salarial do Sintergs.

Assista à reportagem da Band TV sobre a pesquisa

Acesse o relatório completo da pesquisa aqui.

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