Sintergs participa de reunião com Lara e articula para usar venda de ações do Banrisul em salários

Sintergs participa de reunião com Lara e articula para usar venda de ações do Banrisul em salários

O Sintergs e outras 20 entidades de servidores públicos foram recebidos na manhã desta quinta-feira (12) pelo presidente da Assembleia Legislativa, Luís Augusto Lara (PTB), para um café da manhã em que o assunto predominante foi o atraso no pagamento dos salários do funcionalismo.

A convite de Lara, o grupo debateu uma estratégia de mobilização para que o dinheiro da venda das ações do Banrisul seja utilizado na quitação da folha salarial dos servidores públicos, atrasada há 45 meses. Segundo o presidente da Assembleia, é preciso pressionar os parlamentares que são contrários à media para que os recursos “não sejam drenados para outro tipo de dívida que não é esta que temos com os servidores. ”

A maioria dos sindicalistas se posicionou contrária à venda das ações, mas também ponderou que, se ela for mesmo efetivada, que o recurso arrecadado seja utilizado para a colocação da folha salarial em dia.

O presidente do Sintergs, Nelcir André Varnier, saudou a iniciativa de Lara e disse que a obrigação de colocar os salários em dia é do governador. “A Constituição, que determina pagar até o último dia útil, é para todos. O poder judiciário está usando dois pesos e duas medidas, pois quando trata dos repasses ao poder Judiciário invoca a Constituição, mas quando é salário em dia cruza os braços”, afirmou.

Nelcir informou aos presentes que o processo de oferta pública de distribuição secundária de 96.323.426 ações ordinárias já iniciou e está sob a coordenação dos bancos J.P. Morgan, Bank of America Merrill Lynch Banco Múltiplo e Itaú BBA. Na prática, ao final do processo, o Rio Grande do Sul, que é o controlador majoritário do Banrisul com 98,13% das ações ordinárias, passará a deter apenas 51,16% do total de papéis.

“Devido à sua eficiência, o Banrisul consegue gerar outro Banrisul, em valores patrimoniais, a cada período de apenas seis anos e meio. O lucro apurado anualmente gira em torno de R$ 1,170 bilhão e, ainda por cima, gera empregos e fomenta a economia com empréstimos atrativos. É lamentável que a solução encontrada pelos governantes seja sempre a mesma – dilapidação do patrimônio público”, completou.

Também acompanhou a reunião o diretor vice-presidente do Sintergs, Guilherme Toniolo. O diretor sugeriu que Lara convide para a mobilização as entidades que representam os comerciários e lojistas, já que esses segmentos estão sendo diretamente atingidos pela falta de pagamento dos servidores. “Não tem forma melhor de alavancar a economia que regularizando as questões financeiras da população”, disse.

Os dirigentes sindicais relataram casos de depressão, angústia e endividamento insustentáveis por parte dos servidores. Na próxima terça-feira (17), haverá uma nova reunião com o presidente da Assembleia para elaborar documento que será entregue ao governador Eduardo Leite (PSDB).

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