Dicas práticas para cuidar da saúde mental
A busca pelo bem-estar deve ser constante e, na pandemia, pode ser um desafio. Apesar de as pessoas terem necessidades diferentes, há dicas que podem ser aplicadas facilmente no dia a dia de quem busca cuidar de si. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), que instituiu em 10 de outubro o Dia Mundial da Saúde Mental, ter saúde mental não significa apenas ausência de doenças. Ou seja, só é possível ter saúde quando há completo bem-estar físico, mental e social.
“As pessoas estão assustadas e temerosas com o enfrentamento da Covid e todas as questões de distanciamento social e relações de trabalho. Por isso, precisamos motivá-las a buscar práticas que possam ajudar a ter mais esperança, o que serve de prevenção para outros tipos de sofrimento”, explica Andréia Volkmer, coordenadora do Comitê Estadual de Promoção da Vida e Prevenção do Suicídio.
O momento é de olhar para si mesmo, ver as coisas que gosta de fazer, de ser gentil consigo e com os outros e de ser solidário, ensina a servidora da Secretaria Estadual da Saúde. “É importante buscar alternativas para aliviar a mente, ter saúde mental ajuda a enfrentar os problemas”, explica Andréia, que dá dicas para buscar o autocuidado.
Ações que fazem diferença na sensação de bem-estar
- Rede de afeto
Mantenha sua rede de afeto, estreite os laços com pessoas próximas, sejam amigos ou familiares. Converse, se conecte por videochamada, mande mensagens, ligue para quem você gosta. Faça visitas no portão – ao mesmo tempo em que mantém distanciamento físico necessário, permite o contato visual entre as pessoas. - Rotina saudável
Adote uma rotina. Mantenha hábitos saudáveis com exercícios físicos, leia livros, assista filmes e séries, ouça música, comece uma horta, faça trabalho voluntário ou outra atividade que lhe dê prazer. Na hora de se informar, busque em mais de uma fonte confiável de notícias, mas não fique o tempo inteiro assistindo ou lendo sobre a pandemia, faça isso de forma equilibrada. Ocupe a mente com bons pensamentos. - Práticas integrativas e complementares
Busque atendimento das práticas integrativas e complementares, que consistem em recursos terapêuticos baseados em conhecimentos tradicionais, para prevenção e tratamentos paliativos de algumas doenças. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece 29 procedimentos no programa, incluindo fitoterapia (plantas medicinais), homeopatia, acupuntura, aromaterapia, biodança, arteterapia, entre outros. Para consultar serviços e profissionais, acesse ti.saude.rs.gov.br/teleconsultores. - Solidariedade
Seja solidário. Toda contribuição é válida e a sociedade pode somar esforços às ações de políticas públicas, especialmente em tempos de pandemia, quando há mais gente necessitando de apoio. Ajudar ao próximo traz bem-estar para quem pratica e para quem recebe. Procure organizações, como ONGs, na sua comunidade. As possibilidades são muitas: montar curso de trabalhos manuais ou confeccionar artesanato para doar, investir tempo para fazer comida ou distribuir alimentos, ir ao supermercado para pessoas idosas, cuidar de algum familiar, doar sangue etc.
Quando a ajuda especializada é necessária
Se você estiver em sofrimento que passou do limite, tem de acreditar que precisa de ajuda. Busque um profissional ou vá até a unidade básica de saúde (UBS) de sua comunidade. Se necessário, a equipe irá lhe encaminhar para a rede que oferece suporte especializado. Há, também, sites com profissionais voluntários de diversas áreas, como o ReviraSaúde sites.google.com/site/revirasaudecoletiva. O Revira é uma rede virtual de profissionais que presta teleconsultoria para profissionais da saúde e para a população. Oferece atendimento psicológico, terapia ocupacional, biomedicina e práticas integrativas em saúde, entre outros.
Quem passou por situação de sofrimento profundo deve buscar acompanhamento profissional e aceitar o tempo que precisa para se cuidar. É necessário fazer o tratamento, investir em si mesmo e, se há alguma dificuldade e acha que o atendimento não está bom, conversar com o profissional que está lhe assistindo e não desistir.
(Confira locais de atendimento no final desta matéria)
Como lidar com alguém que precisa de amparo
A pessoa que está em sofrimento intenso poderá emitir sinais de alerta, como preocupação com a morte, falta de esperança, isolamento e agressividade. É comum repetir frases “não estou aguentando minha vida”, “queria dormir e nunca mais acordar”, “não sei o que fazer”. Esses comportamentos e expressões indicam que a pessoa não está dando conta da situação e precisa de atendimento especializado.
Antes de tudo, se você convive com alguém que tem essas manifestações, ouça a pessoa. Pare e escute, demonstre interesse. Primeiro, busque um local com privacidade, adequado para uma conversa. Ofereça apoio, sem julgamento. Tenha empatia e compaixão. Não fale frases do tipo: “eu já passei por coisas assim e estou aqui” ou “você tem uma vida ótima, tem tudo”. Os problemas afetam as pessoas de forma diferente, pois as histórias e sentimentos são particulares e esse tipo de frase pode levar a pessoa a se sentir mal. Após essa escuta, convide a pessoa para buscar atendimento especializado em uma UBS, por exemplo.
O sofrimento em demasia precisa ter acompanhamento especializado, pois pode levar ao suicídio. Apenas o profissional da área tem conhecimento para atender essa pessoa, pois não há receita pronta. “É importante entender o conjunto de situações, as especificidades daquele indivíduo e, partir daí, definir uma estratégia de atendimento”, afirma Andréia Volkmer.
Onde buscar apoio a preços populares ou gratuitos
- ReviraSaúde
sites.google.com/site/revirasaudecoletiva
Atendimento definido pelo profissional, que pode ser por telefone, ou on-line. Oferece, ainda, práticas integrativas e complementares - Sociedade Psicanalítica
sppa.org.br
Atendimento online ou por telefone. É preciso preencher cadastro online. Contato: (51) 3224-3340 - Psicanálise na Praça
facebook.com/psicanalisenapraca
Atendimento na praça aos sábados, das 11h às 14h - Centro de Valorização da Vida (CVV)
cvv.org.br
A conversa pode ser pelo telefone 188, e-mail ou chat
Foto: Jared Rice/unsplash
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