Estado trata servidores de forma desigual ao reestruturar apenas carreira militar
A diretoria do Sindicato dos Servidores de Nível Superior do Rio Grande do Sul (Sintergs) questiona o tratamento desigual dado pelo governo aos trabalhadores de diferentes categorias do setor público. O Estado aprovou a reestruturação no plano de carreira da Brigada Militar e não deu andamento ao projeto do Sintergs. Mesmo com impacto financeiro, o Executivo encaminhou a proposta no dia 5 de julho e, em apenas uma semana, aprovou o Projeto de Lei Complementar nº 468 /2021, que beneficia apenas os servidores militares.
“Quando se tem vontade política, as coisas acontecem. Somos favoráveis à valorização dos trabalhadores da BM, mas é absurdo os especialistas em saúde não terem sido contemplados com uma mudança na carreira, assim como os analistas de projetos e de políticas públicas. As duas categorias trabalham pelo desenvolvimento do Rio Grande do Sul e pelo bem-estar social de sua população”, destaca Antonio Augusto Medeiros, presidente do Sintergs.
O dirigente lembra que o sindicato abriu negociação com o governo há mais de um ano e simplesmente não obteve nenhum retorno da atual administração do Executivo. O governo tampouco encaminhou a proposta de projeto de lei que trata da correção da carga horária do quadro da Secretaria da Saúde.
“Não há interesse em valorizar trabalhadores da Saúde, da Agricultura, do Meio Ambiente, entre outras áreas. Beneficiar apenas a Brigada Militar é uma lógica neoliberal, que prioriza uma visão limitada de segurança, relegando e deixando para o setor privado a formulação e a execução das políticas públicas que são obrigação do Estado”, observa Medeiros.
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Foto: Celso Bender / Agência ALRS
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