Decisão da SES sobre teletrabalho gera indignação entre servidores estaduais
Sindicato critica falta de diálogo e alerta para impacto negativo na vida dos trabalhadores e no clima organizacional.
A recente decisão da Secretaria Estadual da Saúde (SES) de restringir o teletrabalho a apenas um dia por semana tem gerado forte insatisfação entre os servidores públicos. Em resposta ao ofício enviado pelo Sintergs, a Diretora-geral da SES, Lisiane Rodrigues Alves, manteve a medida, desconsiderando os apelos por um diálogo mais amplo e por uma transição gradual.
O posicionamento oficial da SES, apresentado no Ofício nº 02/2025 (ìntegra do documento no fim desta matéria) e assinado pela Diretora-geral, Lisiane Rodrigues Alves, afirma que a definição dos critérios para o teletrabalho é prerrogativa da gestão, conforme previsto na legislação vigente. A pasta também afirmou que não há obrigação de uniformizar essas regras entre os diferentes órgãos do governo estadual.
A decisão, no entanto, foi recebida com indignação pela categoria. O Sintergs havia alertado para o impacto negativo da mudança repentina nas rotinas dos servidores, classificando-a como um retrocesso nas condições de trabalho e um desrespeito ao princípio da segurança jurídica.
O Sindicato também destacou os prejuízos à vida pessoal e familiar dos trabalhadores, muitos dos quais já estavam adaptados a um modelo mais flexível desde a pandemia. Outro ponto que causou revolta foi a ausência de diálogo com as entidades representativas.
A SES justificou que a consulta aos sindicatos não é obrigatória por se tratar de uma decisão discricionária da administração. Para o Sintergs, essa postura fere a legitimidade da medida e demonstra uma falta de compromisso com a construção de soluções conjuntas e equilibradas.
Além disso, a secretaria negou que haja problemas estruturais nas unidades físicas ou falta de equipamentos para acomodar o retorno em massa dos servidores, contrariando os relatos da categoria sobre a precariedade de algumas condições de trabalho presenciais e a própria fiscalização do MPT que apontou riscos aos servidores da 1 CRS recentemente.
Diante da negativa da SES, o Sintergs declarou que continuará lutando por condições mais justas e sustentáveis, buscando novas estratégias para garantir os direitos dos servidores. O sindicato também expressou preocupação com o possível aumento da evasão de profissionais e o agravamento do clima organizacional, caso a decisão não seja revista.
“A repercussão entre os trabalhadores foi imediata. Muitos expressaram frustração e sentimento de desvalorização. Para eles, a imposição unilateral de medidas sem escuta ativa demonstra falta de reconhecimento ao esforço dos servidores e à importância do teletrabalho como ferramenta moderna e eficiente na gestão pública, neste do trabalhador infelizmente os servidores da SES recebem da gestão mais autoritarismo e intransigência salienta a 2º Vice-presidente do Sintergs, Priscilla Lunardelli.
O impasse promete se prolongar, e o descontentamento da categoria poderá desencadear novas mobilizações nas próximas semanas, adianta a dirigente.
Veja a íntegra do ofício encaminhado pela SES
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