Governo Sartori insiste no Regime de Recuperação Fiscal mesmo com Estado apresentando comprometimento com pessoal abaixo do limite exigido pela legislação

Governo Sartori insiste no Regime de Recuperação Fiscal mesmo com Estado apresentando comprometimento com pessoal abaixo do limite exigido pela legislação

No ano de 2016, o Estado do RS apresentou o menor grau de comprometimento da Receita Corrente Líquida com despesa de pessoal (52,39%). Levantamento realizado pelo Sintergs mostra que a Receita Corrente Líquida em 2016 chegou a cerca de R$ 34,6 bilhões enquanto que o total de despesas com pessoal ficou pouco acima de R$ 18 bilhões.

Projeções do Sindicato, de acordo com relatórios da CAGE, com base na série histórica, dão conta que o ano de 2017 atingirá o menor grau de comprometimento da Receita Corrente Líquida com despesa de pessoal, podendo ficar abaixo de 50%. Os dados completos referentes a 2017, no entanto, só serão divulgados pela CAGE em Fevereiro.

Receita Corrente Líquida e despesa com pessoal

As informações constam nos Relatórios de Gestão Fiscal Consolidados da Contadoria e Auditoria-Geral do Estado (CAGE) publicados através das portarias CAGE: n° 06 de 2015, relativo ao exercício de 2014, n° 03 de 2016, relativo ao exercício de 2015, n° 16 de 2017, relativo ao exercício de 2016.

O comprometimento da Receita Corrente Líquida com pessoal em 2014 ficou em 54,11% (R$ 15,5 bilhões da Receita Corrente Líquida). Já em 2015, atingiu 58,11% (R$ 17,5 bilhões da Receita Corrente Líquida).

De acordo com o presidente do Sintergs, Nelcir André Varnier, torna-se difícil entender a conta do Estado para a suposta crise financeira do Estado.

“O jogo político do Governo é perverso, pois joga toda a conta em cima do servidor público com salários e 13º em atraso e precarização total dos serviços públicos. Mas aí os números não dialogam com esse discurso do Estado”, destaca o presidente do Sintergs.

Limite de gasto com pessoal exigido pela legislação

De acordo com o dirigente, analisando o comprometimento da Receita Corrente Líquida com pessoal fica claro que o Estado sequer atinge o limite de alerta no gasto com pessoal (54%). E fica ainda mais longe do limite prudencial (57%) e do limite máximo (60%).

Mais curioso ainda, conforme Varnier, é que para aderir ao Regime de Recuperação Fiscal a Secretaria do Tesouro Nacional exige um grau de comprometimento da Receita Corrente Líquida com despesa de pessoal em torno de 70%.

“O Rio Grande do Sul está bem longe dessa situação. Os dados estão aí para confirmar. Então não entendemos porque o Governo Sartori quer tanto aderir ao RRF, vender estatais e congelar os salários dos servidores públicos estaduais que já estão há muito tempo com salários totalmente defasados e com perdas significativas em seu poder de compra”, acrescenta Varnier.

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