MAIS PRESSÃO DE SERVIDORES A CAMINHO
A crise financeira quefez o governo do Estado parcelar os salários do mês de maio dos servidores que recebem acima de R$ 5,1 mil ligou o sinal de alerta para as entidades que representam o funcionalismo. Ontem, dirigentes de mais de dez sindicatos e organizações se reuniram em Porto Alegrepara discutir uma pauta em comum para os funcionários públicos. A articulação entre essas corporações (que incluem empregados de outros poderes) desafiará o Piratini a uma negociação tensa e difícil, já que, com os cofres vazios, não tem o que oferecer aos servidores.
Diante do cenário, é cada vez maior a chance de o RS enfrentar, ainda neste ano, uma série de greves de diferentes categorias. Em entrevista publicada na edição de ontem de ZH, o secretário da Educação, Vieira da Cunha, afirmou que uma paralisação “só tem sentido quando há, no horizonte, o atendimento da reivindicação”. Vieira reproduziu um conceito difundido pela cúpula do governo, mas que dificilmente convencerá o Cpers de que os professores não conseguirão nenhum tipo de avanço com uma greve.
No Piratini e principalmente na Secretaria da Fazenda, a avaliação é de que os sindicatos ainda não estão cientes da gravidade da crise. Exemplo disso é a tentativa do Sindicato dos Técnicos-Científicos (Sintergs) de bloquear judicialmente dinheiro das contas do Estado para pagamento dos seus associados. Na opinião do Sintergs, o governo tem os valores necessários para pagar a folha, mas não o faz porque não quer.
Mesmo com o atraso de salários e as incontáveis manifestações públicas de integrantes do governo José Ivo Sartori sobre as dificuldades financeiras, o Piratini avalia que o nível de compreensão da crise só vai aumentar quando o parcelamento da folha atingir a base do funcionalismo.
Além da perspectiva de não receber em dia, os servidores estão preocupados com o pacote de projetos que será enviado pelo governo em junho com propostas que reduzem benefícios dos funcionários, como a licença-prêmio e a incorporação de funções gratificadas.
– A solução não é entregar a conta para os servidores. Estamos muito preocupados – resumeo presidente do Sindifisco, Celso Malhani.
Jornal Zero Hora – pág. 08 – 26/05/2015
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