Ato e marcha com centenas de grevistas percorreu referências da saúde em Porto Alegre

Ato e marcha com centenas de grevistas percorreu referências da saúde em Porto Alegre

Servidores em greve desde 26 de novembro realizaram na manhã desta quarta-feira (11) um ato público e caminhada pelas avenidas Ipiranga e Bento Gonçalves, no bairro Partenon, para alertar sobre os prejuízos para a sociedade se o pacote de reforma administrativa do governador Eduardo Leite for aprovado. Com concentração no Hospital Psiquiátrico São Pedro e no Sanatório Partenon, o trajeto dos manifestantes incluiu alguns dos principais pontos de referência em saúde do estado: Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS), Departamento de Assistência Farmacêutica (DAF) e Escola de Saúde Pública (ESP-RS). Segundo estimativa do Comando de Greve, mais de 200 trabalhadores e trabalhadoras participaram do ato.

Elpídio Borba, diretor de Assuntos Funcionais do Sintergs, disse que a marcha e o contato direto com a sociedade gaúcha foram fundamentais para obter apoio ao movimento. “O importante é que a gente saiu para rua e a população que circulou durante todo o trajeto foi unânime em nos apoiar, isso é algo que nos faz sentir a firmeza do movimento”. Elpídio ainda afirmou que o pacote continuará enfrentando resistência do movimento sindical enquanto não for retirado pelo Executivo. “A gente que já trabalha há mais de 40 anos no serviço público e participou de muitos movimentos, por isso podemos garantir que essa é a greve mais forte e que uniu exatamente todas as categorias: professores, saúde, planejamento, bombeiros, polícia civil, serviço penitenciário. A gente nota na Assembleia Legislativa que o governo já não está mais com a mesma força que tinha antes”, assegurou.

Rogério Viana, vice-presidente do Sindsepe, reafirmou a importância da unidade das categorias na luta e citou a saúde como exemplo desta união. “Hoje nós mostramos que estamos mobilizados e que não vamos retroceder nem sequer um passo. Estamos aqui para desmentir essa história de que apenas 10% dos servidores da saúde haviam aderido à greve. É só olhar para o lado para perceber que a nossa adesão é muito maior”, afirmou. Rogério ainda realizou um balanço histórico sobre as atuais paralisações contra o pacote. “A última greve dos servidores da saúde tinha sido em 1987. De lá para cá, nunca mais a categoria se uniu com tanta força. Agora nós estamos em um segundo momento da saúde do estado do Rio Grande do Sul, um momento histórico que demonstra para todos a importância deste movimento contra os ataques do governador Eduardo Leite ”, concluiu.

Os grevistas pararam em frente ao Departamento de Assistência Farmacêutica e na Escola de Saúde Pública para denunciar casos de assédio moral contra trabalhadores grevistas. Os dirigentes convidaram os servidores públicos para se juntarem à luta contra a destruição do serviço público. Também conversaram com funcionários e os alertaram que a greve é legal. Na ESP, Miguel Chagas, secretário-geral do Sindicaixa, reafirmou a importância da presença da categoria da saúde durante o ato público. “É essa categoria que promove o serviço gratuito para a comunidade, é ela que atende o povo da periferia, até mesmo aqueles que têm dinheiro, não exclui ninguém. Então, nós estamos hoje junto deles demonstrando ao governador que tanto o serviço público quanto os servidores são essenciais para o estado do Rio Grande do Sul”, afirmou.

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