Manifesto contra privatizações de estatais e extinção de fundações é lançado durante audiência pública na Assembleia Legislativa

Manifesto contra privatizações de estatais e extinção de fundações é lançado durante audiência pública na Assembleia Legislativa

Diretor de Assuntos Funcionais e Qualificação Técnica, Elpídio Jaques de Borba, fala durante audiência pública na AL
Diretor de Assuntos Funcionais e Qualificação Técnica do Sintergs, Elpídio Jaques de Borba, fala durante audiência pública na AL

A privatização de estatais e a extinção de fundações, reduzindo assim os serviços públicos oferecidos para a sociedade, foram debatidos durante audiência pública da Comissão de Segurança e Serviços Públicos na Assembleia Legislativa, na quinta-feira (03/11). O Sintergs foi representado pelo Diretor de Assuntos Funcionais e Qualificação Técnica, Elpídio Jaques de Borba.

Com o Teatro Dante Barone da AL lotado, os servidores debateram a questão e estratégias para combater a iniciativa do Palácio Piratini. O temor é que uma nova onda de venda do patrimônio público e de extinção das fundações estaduais ocorra em breve promovida pelo Governo Sartori.

Em sua fala, o diretor do Sintergs, Elpídio Jaques de Borba, destacou a gravidade do problema e denunciou que mesmo antes da aprovação do PL 181 (Projeto de Lei 181 – aprovado na AL – cria o Programa de Aproveitamento e Gestão dos Imóveis, que visa a vender imóveis de propriedade do Estado do RS), o terreno da Escola de Saúde Pública já estava sendo negociado com a PUC.

O Governo pretende fundir a Escola de Saúde Pública com a UERGS, acarretando ainda mais enfraquecimento da instituição, que é referência no estado.

“Em relação a ESP, todos conhecemos a sua atuação como fomento na formação de sanitaristas e residentes. Trata-se de uma instituição considerada referência nacional e internacional. A UERGS está também muita fragilizada e sucateada. Então a estratégia parece evidente: unir as duas e com a mesma paulada acabar com ambas. O destino já está delineado, privatização de ambas”, salienta.

Redução de estrutura

Audiência pública na AL lotou Teatro Dante Barone
Audiência pública na AL lotou Teatro Dante Barone

O dirigente destacou ainda que todas as secretarias estão sofrendo enormes dificuldades para manter minimamente os serviços. Falta de insumos básico, não pagamentos de terceiros e fornecedores são rotina. Sem contar o não pagamento dos salários, os quais estão emm atraso e defasados.

“A pasta da Saúde vem sendo sucateada a cada dia. Hospitais estaduais enfrentam enormes dificuldades, desde a falta de insumos básicos, até medicamentos para tratar a tuberculose”, denunciou Elpídio.

O diretor do Sintergs tratou ainda das Coordenadorias de Saúde, ressaltando que voltou novamente a pressão para diminuir a estrutura, de 19 para 9 regionais. “Trata-se de uma proposta insana, de quem não conhece o mínimo da logística e atribuições das Regionais. Elas tem que dar conta do atendimento de 497 municípios. Pelas regionais passam todos os programas, HIV/AIDS, imunizações, e todas as políticas públicas em saúde”, explicou.

Já em relação ao Hospital Psiquiátrico São Pedro, o plano é de transformar num grande centro administrativo. Só com a transferência do CVES ingressarão centenas de servidores e uma frota enorme de veículos. “A pergunta que fica: onde vão colocar os pacientes, que hoje circulam pelos pátios, tem uma vida integrada com o ambiente? Seria a transferência dos pacientes para a Colônia Itapuã, resgatando a política de confinamento num ambiente totalmente precarizado?”, concluiu o dirigente do Sintergs.

Audiência pública na AL lotou Teatro Dante Barone
Audiência pública na AL lotou Teatro Dante Barone

Durante cerca de três horas, representantes de diversas categorias se revezaram no microfone para denunciar medidas que já estariam em andamento para sucatear empresas antes de entregá-las à iniciativa privada e para demonstrar que muitos dos órgãos públicos que estão na mira das privatizações são rentáveis e alimentam os cofres do Estado.

No final do encontro, os servidores aprovaram um Manifesto ao Povo Gaúcho, em que denunciam a intenção do governo de privatizar estatais e extinguir fundações.

Também foram aprovadas a realização de audiências públicas no interior para discutir o tema e a adesão do funcionalismo gaúcho à paralisação nacional marcada para o dia 11 de novembro, que está sendo convocada por seis centrais sindicais.

Compartilhe:

Verified by ExactMetrics