Perdas dos servidores voltam a bater 60%
A reposição de 6% nos salários dos servidores públicos estaduais em 2022 perdeu seu efeito em apenas um ano. Isso porque a inflação do IPCA-IBGE acumulada desde o reajuste chega a 8,63% (jan/2022 a abr/2023 segundo estimativa do Banco Central), engolindo o índice concedido. Agora, a remuneração dos trabalhadores do Executivo volta a amargar um encolhimento próximo a 60% em oito anos e, pior, sem perspectiva de melhora.
As perdas, porém, podem ser muito mais significativas do que o índice oficial. A cesta básica, por exemplo, mais do que dobrou entre novembro de 2014 e março deste ano, com uma alta de 114,3%, segundo o Dieese. Se considerarmos apenas os quatro anos e três meses do governo Leite, os preços dos itens que compõem a cesta ficaram 66,3% mais caros, chegando a R$ 734,28 em março de 2023. Mas o campeão em aumento foi o gás de cozinha, que hoje custa R$ 112,15, com variação de 130,4% entre 2014 e 2023 e de 51,8% de janeiro de 2019 a março de 2023.
Antonio Augusto Medeiros, presidente do Sintergs, afirma que a situação está insustentável. “Os servidores não aguentam mais serem estrangulados e serem usados para sustentar uma narrativa falaciosa de superávit de economia das finanças”, destaca. No último concurso, exemplifica o dirigente, grande parte dos nomeados já abandonou o Estado, não assumindo ou desistindo da vaga.
“Chega dessa política de matar o serviço público, de estrangular os servidores e que não apresenta nenhuma alternativa de desenvolvimento e de crescimento. O Rio Grande do Sul vai mal, os serviços são precarizados e o responsável por isso é o governador Eduardo Leite”, cobra Medeiros.
Foto: Bruna Karpinski
* Reportagem originalmente publicada no Informativo do Sintergs – edição 69 – Maio de 2023
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