Sintergs adverte governo sobre riscos de retomada em plena aceleração da pandemia

Sintergs adverte governo sobre riscos de retomada em plena aceleração da pandemia

O Sintergs protocolou nesta quinta-feira (18) um ofício junto à Casa Civil do governo estadual em que expõe sua preocupação com a retomada gradual dos serviços presenciais nas repartições públicas. O Sindicato alerta que, de acordo com dados do próprio governo no Portal Coronavírus RS, a epidemia está em expansão no estado, que registrou aumento de 149% no número de casos entre 15 de maio e 15 de junho. Nesse mesmo período, houve um acréscimo superior a 200 mortes nas estatísticas oficiais.
“Causa preocupação uma ampla retomada das atividades presenciais no setor público, que não correspondem àquela estritamente consideradas como inevitáveis, tendo em vista que já foi constatado que a produtividade no trabalho remoto é semelhante e que o risco para a saúde da coletividade é maior com a chegada do inverno”, pondera o ofício.
O documento lembra ao governo que os serviços essenciais, como a inspeção sanitária, que garante o abastecimento e a segurança alimentar da população, se mantiveram em funcionamento, sem prejuízo das demais atividades que podem ser exercidas remotamente ou em revezamento. A Secretaria de Agricultura, porém, retomou todas as atividades presenciais do Departamento de Defesa Agropecuária ainda em maio “sem as condições adequadas para a garantia da saúde dos servidores ou da população atendida”.
O Sintergs também adverte que o decreto 56.240, que orienta a retomada das atividades presenciais, estabelece uma série de protocolos de segurança e higienização para o funcionamento de órgãos públicos e empreendimentos privados, “cabendo ao governo do estado não somente a fiscalização mas o seu cumprimento, dentro das repartições públicas, para o efetivo combate à pandemia de Covid-19”.

Leia a nota oficial do Sintergs sobre os riscos da retomada de atividades presenciais:

NOTA OFICIAL
Considerando a mudança nos indicadores do distanciamento controlado que alterou as cores das bandeiras, anunciada pelo governador Eduardo Leite no último dia 12 de junho de 2020;
Considerando o alerta do Conselho Estadual de Saúde de que, apesar da gravidade da pandemia, setores empresariais e seus aliados têm forçado o retorno das atividades dos setores não-essenciais, com o falso argumento de que o emprego é mais importante que a saúde e que o isolamento resultará em um cenário pior em função de mortes decorrentes do desemprego;
Considerando que a Sociedade Rio-grandense de Infectologia fez críticas ao modelo de distanciamento controlado no aspecto da mudança no critério e a consequente redução no isolamento, pois implicará na maior circulação viral e aceleração de novos casos, tendo em vista que se está levando em consideração apenas casos de pacientes internados em hospitais, e não mais qualquer pessoa com coronavírus para definir as bandeiras de risco (amarela, laranja, vermelha e preta);
Considerando o artigo publicado pelo Sindijus sobre o impacto da retomada das atividades dos servidores da Justiça do Estado do Rio Grande do Sul para a pandemia de Covid-19, que anuncia que o cálculo do número reprodutivo da pandemia (Rt) mostra que ainda estamos em período de expansão no Estado e que o serviços presenciais deverão ser flexibilizados apenas no momento de decréscimo da pandemia;
O Sindicato dos Servidores de Nível Superior do Poder Executivo do Estado do Rio Grande do Sul (Sintergs) vem a público se posicionar contra a retomada de atividades presenciais no setor público que não corresponda àquelas estritamente consideradas como inevitáveis e que o governador do Estado mantenha seus servidores em modo de trabalho remoto, tendo em vista que já foi constatado que a produtividade é semelhante, para que não atinja a saúde da coletividade, principalmente com a chegada do inverno o que se agrava com doenças respiratórias.

Compartilhe:

Verified by ExactMetrics