Vivemos um período de enorme desigualdade entre os gêneros, diz analista de cultura da Seplag

Vivemos um período de enorme desigualdade entre os gêneros, diz analista de cultura da Seplag

Na semana do Dia Internacional da Mulher, celebrado neste 8 de março, o Sintergs publica uma série de entrevistas com trabalhadoras que representam as mulheres no serviço público, suas histórias, desafios e perspectivas. Nesta quinta-feira é a vez da linguista Denise Naugerer Hogetop, analista em assuntos culturais da Secretaria do Planejamento, mestre e doutora em Linguística pela PUCRS e lotada na Divisão de Gestão Documental do Arquivo Público do Estado.

DENISE NAUGERER HOGETOP

Meu interesse é contribuir, com meu conhecimento, para o incremento das atividades do Estado na área da linguagem.

Estou lotada no Arquivo Público do Estado, na Divisão de Gestão Documental. Como linguista, minhas atividades são realizadas no núcleo de normas técnicas, o qual tem como competência elaborar diretrizes e normas arquivísticas referentes à gestão documental para o Estado, tais como Plano de Classificação e Tabela de Temporalidade, instrumentos aplicáveis aos diferentes suportes dos documentos, sejam analógicos ou digitais.

Além disso, temos como atribuição definir padrões de tipologias documentais e elaborar manuais técnicos relacionados à área. Atualmente estamos trabalhando na produção do Manual de Redação Oficial do Estado, com o objetivo de padronizar a produção documental dos órgãos do Poder Executivo, qualificando a produção e contribuindo para o seu arquivamento adequado.

Acredito que um dos maiores problemas que nós, seres humanos, enfrentamos na nossa sociedade com relação à questão feminina é justamente o fato de termos, dentre muitas outras, esta divisão entre homens e mulheres. Espero um dia não precisar mais comemorar o Dia da Mulher, porque será um indicativo de somos todos respeitados como seres humanos, com nossas diferenças e similitudes.

Infelizmente vivemos tempos sombrios, e as perdas e ataques aos direitos são constantes, especialmente para as mulheres, que representam no nosso país uma força de trabalho imensa e são responsáveis, sozinhas, por muitas famílias. Assim, minha missão e desafio é denunciar, na medida do possível, a enorme desigualdade em que vivemos e manter a conexão com todas as mulheres que sofrem, e também com as que enfrentam a misoginia e a violência, as que batalham pela equiparação de salários e pelo equilíbrio na jornada de trabalho, apenas para citar alguns aspectos dessa luta.

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