Comitê Popular entrega cestas básicas a indígenas
O Comitê Popular em Defesa do Povo Contra o Coronavírus, formado por 130 organizações, entregou nesta quinta-feira (23/7) à tarde 60 cestas básicas para duas aldeias indígenas de Porto Alegre, uma na Lomba do Pinheiro, da etnia Kaingang, e outra no Lami, da etnia Guarani. Os alimentos foram doados pelo Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Federal e do Ministério Público da União no RS (Sintrajufe-RS), pela Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 4ª Região (Amatra) e pelo TRT4, que em parceria fizeram a doação de 200 cestas básicas ao Comitê Popular. As outras 140 cestas serão entregues nos próximos dias a comunidades de matriz africana e também a mulheres chefes de família.
“Estes três grupos fazem parte de uma população que fica à margem das políticas de Estado”, disse Antonio Augusto Medeiros, presidente do Sindicato dos Servidores de Nível Superior do Rio Grande do Sul (Sintergs), entidade que faz parte do Comitê. Na avaliação do servidor e dirigente sindical, a campanha de doações cumpre um importante papel no que diz respeito à solidariedade durante a pandemia da Covid-19.
Diretora de Políticas Sociais do Sintrajufe-RS, Ana Naiara Malavolta Saupe falou da satisfação de participar do Comitê Popular. “A gente entende como muito necessário neste momento diante da inatividade do governo federal, que a gente esteja juntos, socorrendo as famílias que estão em situação de vulnerabilidade. Esperamos que a gente possa, enquanto a pandemia durar, continuar fortalecendo o movimento popular, a classe trabalhadora e essa resistência para que as pessoas tenham direito à vida”, comenta a Ana Naiara.
O presidente da Amatra, Tiago Mallmann Sulzbach, comenta que a pandemia tem mostrado o que de melhor tem o ser o humano e também o que de pior existe, citando como exemplo as fraudes do auxílio emergencial. “Por outro lado, iniciativas como esta, em que as pessoas voluntariamente depositam valores para aquisição de cestas básicas, a gente revela o que tem de melhor no ser humano. Isso é bonito e importante de ser ressaltado, essa solidariedade, essa ideia de ajudar o próximo”, avalia o dirigente.
Silvana Conti, uma das coordenadoras do Comitê Popular, reforça que a ideia é seguir com as doações das cestas básicas já que os governos, principalmente o municipal, não cumprem com as suas obrigações. “É importante que todo mundo se dê conta que a solidariedade é fundamental neste momento, porque nós precisaríamos de políticas sociais dos governos municipal, estadual e federal. Mas como isso ainda está longe de ser como a população precisa, o Comitê Popular segue firme e forte. Então, essas entregas vêm em boa hora pois neste momento quem mais sofre são as mulheres, e principalmente as mulheres negras”, afirma Silvana.
O Comitê Popular reúne associações, sindicatos de trabalhadores, movimentos sociais e entidades. A iniciativa, que surgiu em março, no início da pandemia, também contempla ações individuais de voluntários. Neste período, já foram arrecadadas mais de 70 toneladas de alimentos, totalizando 4.900 cestas básicas doadas, beneficiando famílias carentes de diversos bairros de Porto Alegre.
Foto: Bruna Karpinski
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