A maior crise sanitária do século

A maior crise sanitária do século

Artigo de Antonio Augusto Medeiros,
presidente do Sintergs*

A nossa gestão se iniciou em meio à maior mobilização dos servidores públicos nas últimas décadas. Este ano começou oxigenado pela organização dos trabalhadores públicos em um grande ato de resistência que foi a greve deflagrada entre o final de 2019 e o início de 2020 por dezenas de categorias e milhares de representantes do funcionalismo em todo o Estado.

Foi um ano extremamente atípico. Podemos dizer que o século XXI se inicia agora, a partir da pandemia, deste “evento” que irá mudar os rumos da sociedade e a forma como a gente encara as relações de trabalho e as relações sociais. É um momento de reflexão profunda.

Os sindicatos têm papel fundamental na defesa dos trabalhadores para que o direito à saúde seja garantido a todos, sem esquecer dos que estão na linha de frente. O Sintergs se manteve atuante, denunciando ao Ministério Público do Trabalho situações como a falta de equipamentos de proteção individual (EPI) e a impossibilidade de revezamento entre colegas, entre outras questões.

Contrariando aqueles que diziam não haver motivo para preocupação, nós cumprimos com a nossa função, com a consciência e a convicção de que estamos passando pela maior crise sanitária do século. Sabemos que, a partir da pandemia e da política de Estado mínimo, a tendência é que se intensifiquem os ataques aos servidores públicos. Os sindicatos têm a responsabilidade de fazer esse enfrentamento, e o Sintergs está preparado para ampliar as lutas de resistência dos trabalhadores em 2021.

Teremos pela frente o desafio de construir um plano de carreira dos servidores públicos vinculados ao Sintergs, bem como garantir a reposição de perdas, já que vivemos há mais de seis anos sem reajuste salarial nem pelos índices de inflação e com os vencimentos parcelados. Não é possível que essa situação se perpetue. Precisamos estar organizados para o confronto.

Em outubro deste ano, tivemos aumento da arrecadação de ICMS aqui no Estado na comparação com o mesmo mês do ano passado. Ou seja, apesar do coronavírus, há uma evidente melhora na situação fiscal do Rio Grande do Sul. Se faz necessária, então, mais do que nunca, a valorização dos servidores estaduais, pois ficou claro que o serviço público foi fundamental para enfrentar de forma eficiente a pandemia de coronavírus que já custou a vida de milhares de brasileiros e, também, de gaúchos. Os servidores públicos são a linha de frente das políticas implementadas pelo Estado.

Em 2021, o Sintergs estará exercendo o seu papel e compondo fileira nessa batalha.

* Artigo publicado no informativo do Sindicato dos Servidores de Nível Superior do RS – edição nº 65 – Dezembro/2020

Foto: Carla Lehugeur

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