Ação do Comitê Popular distribui alimentos para campanha de combate à violência doméstica

Ação do Comitê Popular distribui alimentos para campanha de combate à violência doméstica

O Comitê Popular em Defesa do Povo e Contra o Coronavírus realiza nesta quinta-feira (14), na sede do Sintergs, uma atividade para distribuição de cestas básicas e divulgação da campanha Rede de vizinhos e vizinhas contra a violência: vizinha, eu te escuto, eu te protejo, eu denuncio!, da Força-tarefa de Combate aos Feminicídios. A ação, em parceria com a Frente, ocorre durante a Semana de Solidariedade e da Luta por Direitos.

Será distribuída cerca de uma tonelada de alimentos e produtos de higiene a entidades que atuam no direito e proteção às mulheres e no combate à violência doméstica, na medida em que a pandemia da Covid-19 tem afetado de forma mais drástica as populações em vulnerabilidade social, principalmente mulheres negras chefes de família.

No período de isolamento social, ocorreu ainda um crescimento dos índices de violência doméstica contra mulheres, crianças e adolescentes, conforme dados da Força-tarefa de Combate aos Feminicídios da Assembleia Legislativa.

Silvana Conti, coordenadora do Comitê Popular em Defesa do Povo e Contra o Coronavírus, afirma que a estrutura machista e racista do Estado brasileiro ainda coloca as mulheres como as primeiras a serem demitidas e as últimas a se recolocarem no mercado de trabalho.

“A dupla jornada e a desigualdade salarial são dois dados chocantes da situação das mulheres trabalhadoras no Brasil, que se completa com a triste constatação de que a precarização, a terceirização, o trabalho informal e o desemprego tem rosto de mulher e em sua maioria o rosto das mulheres negras”, disse.

Conti lembrou que 70% dos/as trabalhadores/as da saúde em todo o mundo são mulheres, fato que as expõe a um maior risco de infecção pelo novo coronavírus. Além disso, entre idosos/as há mais mulheres vivendo sozinhas e com baixos rendimentos.

Segundo a Coordenadora da Força-Tarefa, Ariane Leitão, é fundamental que possamos divulgar os canais de denúncia contra a violência para todas as pessoas. Em parceria com o Comitê Popular, a campanha, de acordo com Ariane, toma uma dimensão maior e tem potencial para chegar na população mais vulnerável, especialmente nas mulheres que estão mais expostas à violência, bem como suas famílias.

“A ideia da campanha é sensibilizar a população, convidando-a a participar de uma rede de ação coletiva como uma forma de envolver a sociedade contra situações de violência doméstica que podem estar ocorrendo muito próximas das nossas residências”, completou.

A diretora do Sintergs, Angela Antunes, destaca a importância do Sindicato de participar do Comitê Popular e poder contribuir também nas ações de solidariedade. O Sintergs representa muitos dos servidores que estão na linha de frente do combate à pandemia.

“Estamos em um momento onde as ações coletivas e a conscientização são fundamentais, tanto em relação ao combate à fome, quanto à violência. As mulheres, principalmente as negras, são as mais afetadas nas crises e pela falta de políticas públicas”, concluiu.

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