Assembleia geral aprova retomada da greve e paralisações contra pacote a partir da próxima segunda
Em assembleia geral realizada na manhã desta terça-feira (21), na sede social do Sindicaixa, os servidores estaduais representados por Sintergs, Sindsepe e Sindicaixa decidiram retomar a greve e as paralisações de novembro e dezembro a partir do próximo dia 27 de janeiro (segunda-feira) – data em que inicia a convocação extraordinária da Assembleia Legislativa, que deverá analisar os projetos do Pacote da Morte de Eduardo Leite.
A paralisação é por tempo determinado e perdurará enquanto os deputados estiverem analisando as matérias, que acabam com o plano de carreira dos servidores e precarizam ainda mais os serviços públicos no Estado. Apesar do período de férias, cerca de 300 funcionários participaram da assembleia – vindos de várias regiões do Rio Grande do Sul.
A agenda de atos de mobilização será iniciada também na segunda-feira (27) com um ato unificado de várias categorias na Praça da Matriz, em frente à Assembleia, a partir das 10h. O ato deverá marcar o começo de uma vigília que manterá a praça ocupada pelos servidores até o fim da convocação. Também foi aprovada a confecção de uma faixa, que será colocada em frente ao Palácio Piratini, classificando o governador Eduardo Leite como “mentiroso” e “inimigo do funcionalismo público estadual”.
Marcada por discursos que valorizaram a vitória dos movimentos do final de 2019, que obrigaram o governo a adiar a votação do pacote, a assembleia foi seguida de um almoço de confraternização com os servidores e sindicalistas.
O presidente do Sintergs, Antonio Augusto Medeiros, disse que o movimento dos funcionários, até ali, tinha sido “heroico” e que o maior avanço, além de adiar as votações, foi a unidade obtida entre os sindicatos. “Perdemos o medo de nos mobilizar. As ameaças e pressões das chefias não esmoreceram a nossa luta, que não termina com aprovação ou rejeição do pacote. Teremos muitos embates pela frente com esse governo liberal e que tem como meta entregar o que é público a seus amigos”, afirmou.
A presidente do Sindsepe, Diva da Costa, também salientou a unidade das categorias como grande saldo das greves de 2019. “Estamos construindo a resistência contra a pior época pela qual estamos passando. É infinitamente pior do que tudo que já vimos. O governador patrola e mente para a população. A diferença só virá com a nossa mobilização e organização”, disse.
Presidente do Sindicaixa, Érico Corrêa diz que o verdadeiro objetivo de Leite não é acabar com as carreiras dos servidores. “No fundo ele quer terminar com a Corsan, com o Banrisul. Quer entregar o Estado para as empresas que financiaram a sua campanha. Não é só retirar triênio. Leite é um quadro formado pela direita, tem liderança e capacidade de articulação para cumprir seu serviço sujo”, discursou.
No final da assembleia, os servidores associados ao Sintergs aprovaram a constituição de um fundo de greve com contribuição adicional de 0,1% sobre o salário básico dos servidores associados. Isso dará em média um acréscimo de R$ 3 por mensalidade. Pela proposta aprovada, esse fundo será utilizado para ações de mobilização e de garantia de direitos e não poderão ser utilizadas para custeio da administração sindical ou outra despesa qualquer.
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