Empoderamento que vem da família e da condição social

Empoderamento que vem da família e da condição social

A família e a condição econômica e social de Denise Figueiredo a fizeram uma mulher forte. Sua personalidade foi moldada com o empoderamento necessário para marcar posição e afastar atitudes racistas do seu entorno. “Acredito que o fato de não ter sofrido preconceito esteja diretamente ligado à questão financeira da minha família. Fui preparada para ser vencedora e ter voz para ser respeitada. E meu comportamento afasta a possibilidade de sofrer algum tipo de agressão”, explica a servidora aposentada do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS).

Em casa, aprendeu que a educação é determinante para ser respeitada na sociedade. “Com ela, adquirimos poder financeiro e social”, diz. A mãe completou o ensino médio em uma época que não era tão comum e o pai, economista e contador, foi executivo na Caixa Econômica Federal. Já a filha, a mais velha de três irmãos, desde cedo decidiu-se pela Medicina Veterinária, e se formou pela UFRGS em 1979.

Na faculdade e, depois, trabalhando em clínica, na residência em Saúde Geral Comunitária ou mesmo no Estado, onde ingressou em 1982, Denise conta que sempre atuou com dedicação e foi recompensada por seu esforço. Uma das conquistas que celebra é a criação do Programa de Investigação de Doenças Hídricas e Alimentares, de análise de surtos de origem alimentar, e que serviu de modelo para o país. Por isso, foi difícil buscar a aposentadoria após 36 anos de trabalho. “Tinha paixão, prazer, apesar das incomodações. Tenho orgulho de fazer parte do serviço público do Estado”, conta.

Apesar do respeito com que sempre foi tratada, vivenciou o racismo quando decidiu ser madrinha afetiva judicial, há cinco anos. O rapaz, hoje com 18 anos, passou a frequentar restaurantes e lojas e Denise sentiu o peso do preconceito sobre o menino. “Apesar de usar roupas e tênis bons, talvez por ser mais escuro, ou mesmo pelo modo de se comportar, as pessoas olham diferente”, lamenta Denise. E emenda: “racismo estrutural é um fato que deve ser combatido com o vigor da lei”.

Foto: Arquivo pessoal

Educação abre caminho contra racismo

A engenheira civil Josi Beatriz Viegas Cunha atua na Secretaria de Obras do RS. Há 20 anos no serviço público, a profissional tem consciência de seu papel para ajudar a melhorar a vida das pessoas. E mantém suas referências, como as guias no pescoço e o dread nos cabelos.

“Uma ilha em meio aos demais”

A geógrafa Salete Beatriz Ferreira percebe que a representatividade de negros na Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema) é pequena. Para alterar essa realidade, acredita que a mobilização tem de ser coletiva.

Respeito conquistado ao ocupar espaços

Servidor da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), o médico veterinário Leandro Santos Quaresma percebe que há poucos colegas negros ocupando cargos de destaque no funcionalismo público.

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