Governo Leite/Ranolfo impõe perdas de 20,56% em quatro anos

As perdas salariais dos servidores do Estado nos quatro anos do governo Eduardo Leite e Ranolfo Vieira Júnior (PSDB) devem chegar a 20,56%. O percentual já considera a reposição de 6% e leva em conta o acumulado do IPCA de janeiro de 2019 até o final deste ano, que deve fechar em 27,80% – incluindo a projeção de inflação do Banco Central para os meses de setembro a dezembro de 2022. O levantamento exclusivo foi realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) a pedido do Sintergs.

O rombo no poder de compra é ampliado para 51,47% em oito anos, considerando-se ainda a inflação de 25,64% nos quatro anos da gestão de José Ivo Sartori (MDB). O governador que comandou o Estado entre 2015 a 2018 não concedeu nem um centavo de reajuste para os especialistas em saúde e analistas de projetos e políticas públicas. Sartori também deixou de pagar os salários em dia a partir de janeiro de 2016, medida que perdurou por 57 meses, até novembro de 2020, quando a folha voltou a ser quitada no prazo.

Anterior ao MDB no comando estadual, o governador Tarso Genro (PT) promoveu correções salariais entre 2012, 2013 e 2014, totalizando 27,53% de reajuste para os especialistas em saúde. Na época, com uma inflação de 27,03%, a categoria teve 0,39% de ganho real. Já a reposição para os analistas foi de 23,88% concedida entre os anos de 2013 e 2014, o que gerou perda de 2,48% ao final dos quatro anos.

Na opinião do presidente do Sintergs, Antonio Augusto Medeiros, a eleição é a oportunidade de os servidores escolherem projetos que valorizem o serviço público e os direitos sociais fundamentais, garantidos no Artigo 6º da Constituição: educação, saúde, trabalho, lazer, segurança e previdência social, proteção à maternidade e à infância.

“Projetos que visam reduzir o papel do Estado têm de ser rechaçados fortemente pelos servidores. A hora de mudança é agora. É o momento de garantir políticas públicas necessárias para o país que amarga crescente desigualdade social. Precisamos ter consciência dos projetos que esmagam o serviço público e colocam nossas carreiras e o atendimento à população em perigo”, destaca o dirigente.

Reajuste necessário em setembro de 2022 – considerando os 6% concedidos:

Analistas de projetos e de políticas públicas: 50,38%
(IPCA 11/2014 a 08/2022)

Especialistas em saúde: 48,46%
(IPCA 1/2015 a 08/2022)

Reportagem publicada originalmente no Informativo do Sintergs – edição 68 – Setembro de 2022

Observação: as estimativas de perdas estão diferentes da reportagem do informativo impresso porque os dados foram atualizados em 9/9/2022, data em que o Banco Central divulgou nova projeção de inflação para os meses de agosto a dezembro de 2022.

Texto: Karen Viscardi
Edição: Bruna Karpinski
Foto principal: Gustavo Mansur / Divulgação Palácio Piratini
Fotos dos governadores: Rafael Stedile, Reprodução Facebook e Gustavo Mansur/Palácio Piratini (crédito da esquerda para a direita)