Greve garante serviços essenciais à população e coloca em pauta danos da reforma da Previdência

Greve garante serviços essenciais à população e coloca em pauta danos da reforma da Previdência

Mesmo com um aparato militar nunca visto em manifestações recentes, a greve geral de sexta-feira (14) conseguiu cumprir seus objetivos de colocar o tema da reforma da Previdência na pauta do país e, mais importante, de provocar recuos no conteúdo da proposta de emenda constitucional enviada pelo governo ao Congresso.

Segundo o presidente do Sintergs e da CGTB, Nelcir André Varnier, durante o final de semana já foi possível perceber alterações na proposta em análise na Comissão Especial da Câmara, como a retirada de estados e municípios do projeto e a supressão da nefasta proposta de capitalização, onde apenas o trabalhador seria responsável pelo benefício da aposentadoria.

“A greve foi um sucesso, não há dúvidas disso, apesar da intervenção violenta da Brigada Militar na militância dos trabalhadores. Os recuos na base do governo, verificados no final de semana, são importantes para valorizar a luta pela rejeição da proposta”, disse Varnier.

Segundo o comando da greve, mais de 70 cidades registraram paralisações no Rio Grande do Sul. Em todo o país, foram mais de 300 municípios e cerca de 45 milhões de trabalhadores parados, nas mais diversas categorias. Mesmo com a mobilização, a Brigada Militar atacou violentamente os sindicalistas que tentavam convencer trabalhadores rodoviários urbanos a aderirem à greve geral.

Os piquetes de sindicalistas se concentraram nas principais garagens de Porto Alegre antes das 5h. Trabalhadores e grevistas foram atacados com bombas de efeito moral, jatos de água, balas de borracha e spray de pimenta numa operação truculenta e desproporcional. De acordo com balanço do comando de greve, 54 pessoas foram presas.

Houve mobilizações de diversas categorias no Estado, como servidores públicos, bancários, petroleiros, metroviários, professores, trabalhadores do campo e industriários, entre outras. Em várias cidades do interior também houve mobilizações intensas, com bloqueios de estradas, greve nos transportes públicos e nos serviços essenciais até o limite legal.

O metrô na grande Porto Alegre só passou a operar a partir das 8h, depois da intervenção truculenta da Brigada Militar. Mesmo assim, a operação foi apenas parcial e sem cobrança de tarifa, já que não havia funcionários para operar as bilheterias. Além de serviços paralisados, houve atos e caminhadas contra a reforma da Previdência em mais de 150 cidades do RS.

No final da tarde, uma grande manifestação unitária tomou conta das ruas centrais de Porto Alegre. As estimativas apontam que 50 mil pessoas participaram do ato.

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