Poder de compra dos servidores caiu 38,5% em cinco anos

Poder de compra dos servidores caiu 38,5% em cinco anos

O poder de compra dos trabalhadores do Executivo estadual caiu 38,5% entre 2015 e 2020, segundo estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), considerando o índice do IPCA-IBGE. Este percentual, que equivale a R$ 5 bilhões, leva em conta apenas a falta de reposição da inflação no período.

“Estes números demonstram a superexploração dos servidores públicos do poder executivo que continuam exercendo suas funções no combate à pandemia. Demonstrando a face de uma política nefasta de diminuição do Estado e precarização dos serviços públicos. Rasgando a Constituição Federal e transformando o Estado em subsidiário, agindo apenas onde não há interesse do mercado”, explica Antonio Augusto Medeiros, presidente do Sintergs.

Em tempos de pandemia, ficou ainda mais evidente a importância dos servidores públicos para a sociedade. Toda e qualquer política de governo passa pelos trabalhadores das esferas federal, estadual e municipal, especialmente o combate ao coronavírus. Segundo o dirigente, este reconhecimento não se reflete na valorização profissional, pelo contrário. “O que se vê é o descaso generalizado, onde a maior parte das categorias em nível estadual está há seis anos sem nenhum tipo de reajuste.”

O estudo destaca que as categorias da iniciativa privada têm uma data base de negociação com a patronal, enquanto os trabalhadores públicos ficam à mercê dos gestores executivos. São estes que, unilateralmente, definem quando irão ou não negociar com os servidores. De acordo com o Dieese, além dos salários, as negociações incluem “condições de trabalho, atuação das pessoas na prestação do serviço, desempenho das funções, qualidade da prestação dos serviços, o que vem a ser de interesse social”.

Cabe ainda destacar que a Constituição Federal atribui ao servidor o direito de ter sua remuneração anualmente revista. Porém, a lei não é cumprida. Falta transparência nas alegações de restrições orçamentárias e ajustes fiscais. Sobra, como sempre, para o servidor, o lado mais fraco nesta equação.

Foto: Maria Ana Krack / PMPA

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