Protesto contra pacotaço de Leite reúne milhares de servidores em caminhada até o Palácio Piratini

Protesto contra pacotaço de Leite reúne milhares de servidores em caminhada até o Palácio Piratini

Milhares de pessoas, entre servidores públicos, professoras e agentes de segurança, além de outras categorias profissionais, encheram as ruas do Centro de Porto Alegre na tarde desta quinta-feira (14) numa das maiores caminhadas de mobilização dos últimos anos pela manutenção de direitos básicos, ameaçados pelo pacote Reforma RS enviado na quarta-feira pelo governo estadual à Assembleia.

Os manifestantes se concentraram em frente à sede do Cpers-Sindicato e de lá partiram em caminhada por mais de 2 quilômetros até o Palácio Piratini, sede do governo. A concentração foi gigantesca: enquanto os primeiros manifestantes já chegavam à Praça da Matriz, em frente ao Palácio, o fim a caminhada ainda estava entrando na avenida Salgado Filho, a quase um quilômetro de distância.

Tendo como abre-alas o imenso Pacote da Morte planejado pelo governador Eduardo Leite, a marcha se concentrou em frente ao Palácio a partir de 14h30. Com discursos e palavras de ordem nos carros de som, a multidão se manteve protestando até por volta de 15h30, quando uma tempestade desabou sobre a Capital. O governador Eduardo Leite não ouviu o protesto dos servidores, pois embarcou para Nova York na manhã desta quinta-feira.

O pacote é constituído de seis projetos de lei, um projeto de lei complementar e uma proposta de emenda à Constituição (PEC). Entre outras aberrações, estabelece o fim das vantagens temporais, das incorporações de funções gratificadas às aposentadorias e a redução das gratificações de permanência.

Além disso, eleva progressivamente as alíquotas previdenciárias de servidores que ganham acima de R$ 5.839,45 – inclusive de aposentados, que descontarão 4,69% a partir de um vencimento de R$ 1.500. Esse piso de cobrança atinge quase 90% do funcionalismo. A alíquota máxima para aposentados chega, pela proposta do governo, a 16,67%.

Além de mais arrocho econômico, o projeto também tem um viés autoritário na medida em que proíbe que dirigentes classistas recebam integralmente seus vencimentos, ao cortar o pagamento das vantagens e gratificações relacionadas ao cargo, e revoga o afastamento para participação em assembleias e atividades sindicais.

Mais cedo, em assembleia unificada no salão paroquial da igreja Pompeia, quase mil servidores aprovaram um indicativo de greve por tempo indeterminado a partir de 26 de novembro. A assembleia teve representantes de várias regiões do Estado, como Uruguaiana, Lagoa Vermelha, Ijuí, Livramento e Santa Rosa, entre outras.

 

 

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