Servidores e moradores protestam contra remanejamento repentino de servidores da UBS Tristeza, na Zonal Sul de Poa
Um grupo de servidores e moradores realizou protesto na manhã desta quarta-feira (05/02) em frente à Unidade Básica de Saúde (UBS) da Tristeza, Zonal Sul de Porto Alegre. O motivo da manifestação, que reuniu cerca de 100 pessoas, foi o remanejamento dos servidores públicos que ali trabalhavam sem qualquer aviso prévio. Quando chegaram para trabalhar logo cedo, foram impedidos de entrar, obrigados a reunir seus objetos e deixar o local. Os servidores devem ser substituídos por trabalhadores terceirizados, numa política de precarização da saúde do Prefeito Nelson Marchezan.
O presidente da CGTB no RS, Nelcir André Varnier, que participou do protesto, disse que vários servidores públicos que trabalhavam há anos naquela unidade foram substituídos sem diálogo e sem considerar as relações comunitárias por uma empresa terceirizada sem qualquer aviso, negociação, diálogo. Inclusive, servidores do Estado cedidos para atuar no município e que trabalhavam no posto da Tristeza foram substituídos.
“É uma desumanidade o trato da Prefeitura de Porto Alegre com os funcionários e com a população atendida. Simplesmente, descartam a melhor experiência e conhecimento sobre a saúde das pessoas que estão naquela comunidade em torno da UBS. Só pensam nas questões econômicas e deixam de lado o principal: a vida, o ser humano, o afeto, o conhecimento e familiaridade entre o profissional e o paciente, entre o empregador e o profissional. O Prefeito simplesmente ignora o conhecimento acumulado por anos”, destacou Nelcir André Varnier, que também é diretor do Sintergs.
Sintergs recebeu denúncia
Segundo o presidente do Sintergs, Antônio Augusto Medeiros, após receber denúncia sobre desrespeito nas relações de trabalho entre a Prefeitura e colegas representados pelo sindicato, de imediato designou um diretor para acompanhar e viabilizar os melhores desdobramentos para buscar sanear o problema. O Sintergs, que representa servidores de nível superior do Executivo Estadual, representa vários servidores que atuam no município de Porto Alegre cedidos pelo Estado.
“Em atendimento a demanda dos associados do Sintergs, que são municipalizados, profissionais da saúde, participamos do Ato de Despedida e Agradecimento aos servidores da UBS Tristeza. É, simplesmente, um absurdo o que está acontecendo. Estamos estudando juridicamente qual o encaminhamento que vamos tomar”, ressaltou Medeiros.
De acordo Adair Araújo de Oliveira, representante da região Glória, Cruzeiro e Cristal no Conselho Municipal de Saúde, vários relatos dão conta que pacientes já não conseguiram atendimento na UBS Tristeza. Já Evanilda Moreira, moradora da região, que participou do protesto, disse que há 20 anos recebe atendimento na UBS Tristeza e agora admite estar preocupa com a precarização da unidade.
“Eu acho que isso aqui é um erro. Por mais de 20 anos que eu frequento esse posto e nunca tive esse problema. Tenho uma filha com problema de saúde e sempre o posto atendeu. Acham que é assim que estão agradando o povo? Eu vivo nos postos porque sou doente. Eu não vou deixar assim. Vou ajudar a lutar por esse povo e pelos servidores. Eu tenho 79 anos e preciso de um atendimento público de qualidade como havia aqui”, falou revoltada a aposentada.
Já Rosa Mari Moreira, de 65, avaliou como lamentável a ação da Prefeitura de Porto Alegre com a comunidade que, segundo ela, o Prefeito quer na verdade fechar o posto.
“Há pessoas aqui que são tratadas há 30 anos. Aí algo que está funcionando o Prefeito vem e prejudica, colocando pessoas desconhecidas para atender. Infelizmente, não sei o que ele tem contra as pessoas para trocar todo mundo do posto por profissionais que não conhecem a comunidade. É triste, mas a coisa vai ficar um caos. Já fui na ouvidoria, na secretaria, mas não adianta. Querem que o povo se exploda”, protestou.
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