Sintergs repudia fala do presidente e do assessor econômico da Fecomércio

Sintergs repudia fala do presidente e do assessor econômico da Fecomércio

A fala do presidente da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Rio Grande do Sul (Fecomércio-RS), Luiz Carlos Bohn, criticando os míseros 6% de reposição do salário do funcionalismo estadual em 2021, revela o desprezo de alguns empresários pelos servidores públicos. O dirigente empresarial usa um estudo generalista e defasado, que não traz dados da média salarial estadual gaúcha para criticar a proposta de aumento de ICMS do governo.

O professor Marcelo Portugal, assessor econômico da Fecomércio, disse que são raríssimos os casos de servidores que pedem exoneração para trabalhar no setor privado. Portugal deveria voltar à sala de aula, mas como aluno, para pesquisar sobre a situação de abandono das carreiras públicas no Rio Grande do Sul. Levantamento do Dieese, com dados da Secretaria da Fazenda do Estado, mostra uma redução de 17,71% no número de servidores entre março de 2015 e janeiro de 2023. Caiu de 153.040 para 125.935 trabalhadores na ativa.

É importante lembrar que a pandemia agravou a concentração de renda em nosso Estado e os servidores seguraram a onda, mesmo com a defasagem salarial que sofrem há dez anos. O “andar de cima”, formado majoritariamente por empresários, precisa tomar consciência da situação desesperadora dos trabalhadores. Os servidores públicos, em especial os do Executivo, enfrentam arrocho salarial e moral. O resultado está se mostrando em números: o RS está perdendo talentos e vê reduzir sua população jovem.

Foto: João Alves / Divulgação Fecomércio

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