Trabalhadores pressionam Arthur Lira pela retirada da PEC 32 durante audiência, em Brasília

Trabalhadores pressionam Arthur Lira pela retirada da PEC 32 durante audiência, em Brasília

Representantes das centrais sindicais pressionaram o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, a retirar a PEC 32 durante audiência em Brasília no final da tarde desta quarta-feira (4/8). Mais de 20 dirigentes de entidades de trabalhadores de todas as regiões do país participaram da reunião e entregaram, em mãos, documento fruto de debate realizado por servidores, sindicatos e centrais sindicais.

Para os dirigentes, a proposta prejudica a carreira dos servidores e não atende às necessidades da sociedade, que será profundamente afetada. “A PEC 32 desmantela o serviço público justamente em um momento de pandemia, em que fica evidente a importância dos direitos sociais fundamentais, sobretudo para a população que mais precisa”, disse Antonio Augusto Medeiros, presidente do Sintergs e secretário-geral da CGTB.

Em sua manifestação, o presidente da Câmara alegou que o projeto foi amplamente discutido entre os parlamentares, afirmação que o dirigente do Sintergs contesta. “Um projeto desta natureza precisa ser debatido com a sociedade, algo que até o momento não ocorreu”, destaca Medeiros.

Lira disse que preza pelo serviço público e não defende terceirizações e privatizações. “Direito adquirido é constitucional e garantido”, destacou, assegurando que nenhum direito dos servidores públicos atuais será revogado. No entanto, não é o que diz a proposta. Ao precarizar as relações de trabalho, a reforma administrativa irá comprometer a estabilidade dos trabalhadores do serviço público.

Ao longo da reunião, que durou um hora, a deputada Alice Portugal apelou diversas vezes ao presidente da Câmara para pressionar o relator a colocar a PEC 32 em debate. Já a deputada Erika Kokay ressaltou o impacto social deste ataque aos serviços públicos, pois a proposta desestrutura o bem-estar social. “O Estado serve para resolver os problemas sociais. A PEC 32 coloca o Estado a serviço do governante”, alerta. Segundo o deputado Paulo Sérgio Ramos Barboza, a reforma administrativa promove o desmonte da estrutura estatal e a transferência de responsabilidades públicas para a iniciativa privada.

Texto e foto: Bruna Karpinski
Edição: Karen Viscardi

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