Hora de reforçar união na luta
Antonio Augusto Medeiros,
presidente do Sintergs
Um ano de muita luta e resistência. Assim foi 2021 para os trabalhadores e trabalhadoras do serviço público. Vivemos um momento de ataques aos serviços públicos federal, estaduais e municipais. No Rio Grande do Sul, já são mais de sete anos sem a reposição da inflação e mais de 50% de perda no poder de compra. E essa dura realidade dos servidores estaduais é abordada em detalhe ao longo deste informativo, assim como o projeto de reestruturação das carreiras apresentado pelo Sintergs ao governo do Estado.
A este cenário de precarização, foi adicionado um agravante: a aprovação do Projeto de Lei Complementar (PLC) 378, que prevê um teto de gastos e congela as despesas do Estado por dez anos. O limite é o valor da despesa primária empenhada no exercício imediatamente anterior, corrigido pelo IPCA/IBGE, sem a inclusão de despesas intraorçamentárias. Caso os desembolsos ultrapassem o teto, serão inviabilizados os investimentos estatais, as reestruturações e a criação de carreiras, os aumentos e as reposições salariais.
Os defensores da política neoliberal tentam impor a ideia de que o investimento público não faz parte da economia. É a naturalização da austeridade em detrimento do papel indutor, multiplicador e garantidor dos direitos sociais fundamentais. Mas temos de combater esta política autofágica. Neste momento, é mais do que necessária a ação sindical para que, juntos, possamos desmascarar a política de Eduardo Leite e sua base aliada, que mais uma vez mostra que a prioridade não são as pessoas.
Precisamos reforçar a união nesta luta, assim como fizemos contra a PEC 32. As mobilizações contra a reforma administrativa de Bolsonaro e Guedes, que ocorreram em Brasília, nas capitais e no interior dos estados desde julho de 2021, mostraram a força dos servidores públicos. O plano do governo era votar o projeto em agosto, mas devido à pressão popular e à falta de apoio, isso não foi possível. E essa união de trabalhadores do setor público de todas as esferas vem para que possamos esperançar e intensificar a luta aqui no Estado. É hora de ampliar a mobilização e de pensar em melhores escolhas eleitorais para 2022.
Ainda temos bastante trabalho pela frente, pois 2022 será de grandes desafios. Vamos transformar este sentimento de luto em luta, potencializando a mobilização para construir caminhos. O próximo ano será decisivo para a mudança dos rumos. E a união dos trabalhadores e trabalhadoras será essencial para transformar a realidade que vivemos hoje. Vida longa aos sindicatos! Os servidores públicos seguirão resistindo.
*Editorial publicado originalmente no Informativo do Sintergs – edição 67 – Dezembro de 2021
Compartilhe: