Servidoras atuam por autonomia de comunidades indígenas e quilombolas

Servidoras atuam por autonomia de comunidades indígenas e quilombolas

As mulheres são maioria nos setores e departamentos responsáveis pela função social do Estado. Analista agropecuária florestal da Divisão de Quilombolas e Indígenas da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, Diocela de Andrade Gonçalves vê com satisfação a possibilidade de aliar o trabalho técnico ao trabalho social. “O objetivo é aplicar políticas públicas que garantam a subsistência e proporcionem a melhoria da qualidade de vida dos povos tradicionais”, explica. “E o que fica é o bem que a gente faz”.

Diocela de Andrade Gonçalves

Com orgulho do trabalho social que faz junto às comunidades rurais, Diocela fala com brilho nos olhos sobre a possibilidade de ajudar as pessoas em situação de vulnerabilidade. “Mudou a minha vida”, afirma a servidora, referindo-se aos aprendizados que tem a partir do convívio com os povos originários. “São conhecimentos e saberes que deveríamos valorizar”, enfatiza Diocela, que no dia 8 de março completou três anos no Estado.

“O grande desafio é a escuta, em função das diferenças culturais, para entender quais são as demandas. Estamos continuamente aprendendo para contribuir com ações mais efetivas”, avalia a colega de setor Agda Regina Yatsuda Ikuta, também analista agropecuária florestal. A servidora ressalta que a pandemia tornou este desafio ainda maior, já que as necessidades aumentaram em função da insegurança alimentar e nutricional. “Buscamos atuar em parceria com outros órgãos”, acrescenta.

Agda Regina Yatsuda Ikuta

Agda observa que as políticas públicas voltadas a estes grupos são relativamente recentes, se comparadas a outras. “O Estado precisa ser o facilitador de algumas dessas demandas. Para isso, precisamos ter o cuidado de tentar entender essa realidade e a complexidade desse público, que historicamente vem sobrevivendo a duras penas”, pontua a servidora, lembrando a importância da empatia para buscar formas de garantir que os direitos dos indígenas e quilombolas sejam respeitados.

Mariana Varella Detoni

Mariana Varella Detoni, que também atua no departamento, define o trabalho como desafiador. “Atuamos para que estas comunidades possam buscar autonomia alimentar por meio da própria produção”, comenta a analista ambiental, que está no Estado desde o final de 2017. “Vamos criando laços e nos envolvendo com as pessoas”, reconhece a servidora, lembrando que este é um trabalho técnico com viés social.

Sobre ser mulher e circular nestes ambientes, Mariana conta que o machismo estrutural é uma realidade que faz parte do dia a dia. “Mas podemos olhar para estas situações e contornar de forma diplomática para focar no que temos a fazer”, acredita a servidora.

Saiba mais sobre as políticas públicas da Divisão de Quilombolas e Indígenas:

  • Entre as ações práticas, está a entrega de sementes de grãos e hortaliças para plantio nas comunidades, na tentativa de garantir a segurança alimentar e nutricional, e também a entrega de madeira recolhida pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema).
  • Este trabalho social junto às comunidades tradicionais é feito em conjunto com outras pastas e instituições estaduais e federais. Além da Sema, cita também a Emater, a Fundação Nacional do Índio (Funai) e a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), entre outras.

Texto: Bruna Karpinski
Foto em destaque: Fernando Dias/Seapdr
Fotos das entrevistadas: Arquivo pessoal

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