Sintergs inicia série de entrevistas com servidoras públicas para marcar Dia Internacional da Mulher

Sintergs inicia série de entrevistas com servidoras públicas para marcar Dia Internacional da Mulher

Na semana do Dia Internacional da Mulher, celebrado neste 8 de março, o Sintergs publica a partir deste domingo uma série de entrevistas com trabalhadoras que representam as mulheres no serviço público, suas histórias, desafios e perspectivas. Para iniciar esta atividade, conversamos com a servidora aposentada Maria Celeste Mariano da Rocha, que na próxima terça-feira (10) estará completando 100 anos de idade.

Uma pioneira, que lembra com carinho o período em que atuou, durante quase 30 anos, na Secretaria da Saúde como farmacêutica bioquímica.

Por que lugar de mulher é…onde ela quiser! Participe, nesta terça-feira (10), da atividade “Lugar de mulher é…onde ela quiser”, às 18h30 no auditório do Sintergs.

MARIA CELESTE MARIANO DA ROCHA

Eu me formei em 1946 e ingressei no Estado em 1947, no IPB (Instituto de Pesquisas Biológicas). Sou farmacêutica bioquímica formada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Éramos eu e mais quatro mulheres na turma, e apenas sete homens – então, era uma proporção equilibrada. Isso que foi a maior turma daqueles tempos.
Quando fui para o Estado, passei a trabalhar com hematologia, processava hemogramas. Estava há dois anos no serviço público quando instituíram o ingresso por concurso. Fiz e passei. Éramos umas 20 pessoas, não lembro direito, e atendíamos o funcionalismo nas demandas de exames clínicos. Muito deles de admissão. E também as amostras que vinham dos postos de saúde, tudo era processado lá. Inclusive do interior. Era uma loucura.
Depois de formada, fui cursar veterinária na mesma UFRGS. Naquele tempo eu ia pra Redenção sozinha, às 6h30, pra pegar ônibus. Aí voltava às 13h para casa, almoçava e às 13h30 já tinha que pegar outro ônibus pra ir pra faculdade. Voltava 17h30. Mas como era muito puxado eu saí.
Me aposentei em 1975. Em quase 30 anos de Estado, peguei uma época boa, em que os salários não atrasavam. Lembro de mais de um diretor que incentivaram os servidores que queriam estudar.
Hoje tenho um sítio aqui em Encruzilhada e meu sonho sempre foi morar no interior. Mas hoje tem muito assalto, é perigoso. Então, moro na cidade e às vezes vou para o campo cuidar dos meus bichos: galinhas, cachorros, ovelhas, tem um porquinho também.
Sou gremista e gostava de acompanhar todos os jogos do Grêmio. Isso nos anos 1940 e 1950: ia a todos os jogos, mesmo quando eram poucas as mulheres nos estádios.

 

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